Tardes cariocas
fim de tarde em Ipanema, photo by Fabiana Motroni
Pois quis a vida
que minha vida
desse uma pausa
umas férias
por justa causa
nesse momento
meu escrever
minha verdade
se submete
à esta cidade
à contemplação
da beleza
da tristeza
da realidade
e me recolho
à função outra
de um poeta
a de catar lirismos
que o mar espalha na areia
e que a brisa traz
pela janela aberta
de aguardar
o que um pôr de sol
em ipanema
pode me fecundar
em poema
o brilho da água
o fogo da areia
a ventania
a alma que
ferve
na noite
e flana
no dia
dessa musa
maldita
naiade
cosmopolita
linha e curva
absurda
mente
bonita
silenciosa
sinfonia
cidade
que nasceu
poesia