domingo, 14 de setembro de 2008

Poema da chuva



















photo by Kim Zumwalt


As linhas dos seus dedos
são partitura
tocam na minha pele
o mesmo som de tessitura
da chuva que cai lá fora
e que me molha também

Não durmo tão bem
agora
que confessamos que sono bom
é movido a passarinhos
e ao barulho da chuva que cai

Meu corpo não abandono mais
na cama
sem você e tudo mais que você ama

A chuva lá fora me lembra
tanto pra te contar
das noites sem dormir que tive
que por não dormir não sonhava
que podia te encontrar
para então dormir em paz
finalmente
e novamente sonhar
contigo
e ao seu lado
comigo

E você
que nem dormido direito tem
por motivo outro
me fala rouco
um dorme bem

Não há boa noite tão perfeito
quanto esse sorriso bonito
que dorme no rosto contigo
e aquece o meu peito

Por isso essa alegria
de te entregar num poema
o que a coragem pequena
me calou um outro dia
quando a parede cor de aurora
marcou sua pele e em mim
aquela pergunta doce
que só te respondo agora:
sou sim

Sou mulher nessa alma de menina
sou menina nesse corpo se quiser
e sou totalmente sua
e só sua
mulher

Encerro a minha escritura
que lá fora já nasce o dia:
sempre que dormir sem você
quero te acordar
com poesia



p.s.: Boletim extraordinário, meterológico e literário:

a chuva ainda cai lá fora
persistente
e molha a vida
insistente
e rega a flor desse amor por você

que me brota e me faz renascer

Blog Action Day 2009

Translate this blog


Widget UsuárioCompulsivo

Search this blog

Se você gostou desse blog, vote no prazer do texto: